Além da prestação de contas, a Assembleia de associados realizada nesta quarta-feira (29) na AMI foi aberta ao público e teve como objetivos proporcionar transparência, promover o debate além de apresentar o plano de ações.  O encontro foi amplamente divulgado e contou com a participação da imprensa local, de usuários do hospital, membros da sociedade civil organizada, do Grupo SOS em Prol da Santa Casa e representantes da classe política, que tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e apresentar sugestões ao conselho de administração.

Foi comunicado que neste momento a equipe da Santa Casa está lutando conta o tempo para montar com urgência mais 10 leitos de UTI pediátrica o que só está sendo possível devido a contribuição do governo do Estado com R$ 1.8 milhões para a aquisição de equipamentos. O prazo de montagem foi estipulado em sete dias após a contratualização, mas a adequação do espaço físico foi iniciada no mesmo dia em que os leitos foram requisitados dia 28 e a equipe está sendo estruturada, ficando um ponto de alerta para os equipamentos que já foram todos negociados, porém, encontrados em diferentes locais do país e depende agora da logística de entrega.

Diversos temas relacionados ao andamento da gestão foram explanados, questões como o contrato com a prefeitura que ainda não teve um desfecho. A presidente do Conselho de Administração relembrou que na reunião do dia 06 de março deste ano com o secretário de Saúde do Estado, ficou combinado que em 24 horas a secretária Izalba Albuquerque faria uma contra proposta ao contrato. O que NÃO aconteceu até o presente momento. Quanto aos atrasos, a presidente afirmou que eles continuam acontecendo, conforme demonstra o último boletim de atrasos divulgado semanalmente pela Santa Casa, onde constam em aberto um total de R$ 5.073.821,58 de repasses da produção do hospital, além dos R$ 12.382.400,00 também da produção porém estes retidos nos meses de pandemia do Covid-19.

Em relação às declarações da secretária de saúde durante a Conferência Municipal de Saúde, o Conselho de Administração as considerou ofensivas e as refuta veementemente, pois como demonstrado, inclusive com informações e materiais emitidos pela Santa Casa ao longo dos últimos tempos, o hospital em nenhum momento, mesmo diante dos constantes atrasos nos pagamentos,  se negou a atender os pacientes encaminhados e que as UTI’s existentes estão todas lotadas tornando impossível a internação já que esses leitos não podem ser montados de um momento para o outro já que exigem uma estrutura complexa de atendimento, diversos materiais e equipamentos. Lembrando que, por diversas vezes, a Santa Casa veio comunicando aos gestores públicos, inclusive por meio de reportagens veiculadas na imprensa, que pode aumentar sua estrutura, o número e tipos de atendimentos aos pacientes SUS, porém a dificuldade na relação institucional com a prefeitura de Rondonópolis tem dificultado estas melhorias aos pacientes.

No balanço financeiro do ano de 2022 apresentado, ficou demonstrado que o filantrópico está no caminho para atingir o equilíbrio financeiro na operação, porém, mesmo com as melhorias na gestão, não há como sobreviver recebendo o equivalente a 1,75 tabelas SUS e que os municípios das regiões Sul e Sudeste precisam complementar os pagamentos, principalmente a prefeitura de Rondonópolis, que tem um maior número de pacientes atendidos. Somando-se essa baixa remuneração, a retenção dos R$ 12.382.400,00 e os atrasos constantes, torna-se necessário realizar empréstimos bancários e pagar juros para manter o hospital funcionando normalmente e manter os atendimentos dos pacientes.

Segundo a presidente, algumas EMENDAS PARLAMENTARES estão prometidas para o período 2023/2024, e a expectativa, é que outros parlamentares também contribuam com Emendas que auxiliem na sobrevivência do filantrópico.

Foi reafirmada a importância da aprovação do projeto de Lei do deputado Estadual Nininho, já sancionada pelo governador e que possibilitará à Santa Casa fechar convênios com o governo do Estado, assim como receber diretamente pagamentos, sem necessidade de passar pelo Fundo Municipal de Saúde de Rondonópolis. Mas, afirmou a presidente, uma parte importante do contrato da Santa Casa necessariamente será celebrada com a prefeitura de Rondonópolis.