A Diretoria da Santa Casa Rondonópolis, até o momento, não recebeu a resposta formal da Administração Municipal referente a proposta enviada no dia 19 de março sobre a contratualização de 10 novos leitos de UTI Covid-19. No dia 18 de março, a Santa Casa recebeu, do gestor da pasta da saúde, um ofício questionando a viabilidade imediata da abertura dos leitos. Em resposta, a Santa Casa informou que teria condições estruturais e equipe de profissionais para atender a gestão, só não financeira. Desta forma, elaborou um cronograma físico-financeiro com data para abertura e orçamento de equipamentos e medicamentos, além dos recursos necessários para a manutenção dos serviços.
No documento, a diretoria explicou que, com a escassez de insumos e medicamentos no mercado, só seria possível abrir novos leitos com 30 dias da data da formalização dos pedidos junto aos fornecedores. Também, que a administração teria a possibilidade de adiantar os valores para aquisição dos equipamentos, sendo respiradores, monitores, bombas de infusão, dentre outros, que representam um investimento de pouco mais que R$ 2,3 milhões, valor garantido pelos fornecedores até o dia 22 de março, bem como, fornece-los por comodato, onde, desta forma, seria necessário o repasse de apenas R$ 200 mil para as adequações físicas e instalações de mobiliários.
Por conta dos atrasos constantes da prefeitura, referentes aos repasses de pagamentos por serviços prestados pela Santa Casa Rondonópolis, a diretoria do hospital solicitou do secretário de saúde o pagamento antecipado de três meses das diárias contratadas, tendo como base a tabela aplicada pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Após a formalização da proposta, a diretoria do hospital Santa Casa Rondonópolis passou a aguardar a resposta do gestor da saúde, pois, até a presente data, mais de 30 pessoas aguardam na fila a espera de atendimento em uma UTI Covid-19.
“Não podemos mais esperar. Há muitos na fila à espera de um leito de UTI. Os números nos mostram que 10 leitos são insuficientes e esta situação não se resolverá nos próximos meses. Hoje, a demanda da região é grande e Rondonópolis representa mais boa parte dela. Tornando-se realidade os 10 leitos da prefeitura e os 20 prometidos para o Hospital Regional, ainda não serão suficientes para atender a demanda. Muitos morrerão por falta de UTI como ocorreu em julho, agosto e setembro de 2020. É importante entender que, uma vez indicada a UTI, a cada hora que passa menor é a chance de sobrevida e maior o tempo de permanência na mesma. A Santa Casa apenas recebe os pacientes encaminhados pela Central de Regulação, não tendo nenhum poder para definir qual paciente será internado em suas UTI’s ou enfermarias. Em março de 2020, a Santa Casa previu a necessidade de mais leitos ainda naquele ano, o que de fato aconteceu e infelizmente, se tivessem sido instalados, mais vidas poderiam ter sido salvas. Fizemos a nossa parte, estamos à disposição para colaborar, não temos recursos para arcar com os investimentos necessários, precisamos de pagamento antecipado para poder comprar os medicamentos necessários ao menor custo possível e viabilizar um atendimento com a qualidade que temos oferecido desde o início. Só nos resta torcer para que os leitos previstos pela administração pública sejam suficientes. Mas continuaremos à disposição, caso a população necessite dos nossos serviços”, disse Sinésio Alvarenga, vice-presidente da Santa Casa Rondonópolis.